Pra se acabar no chão.





segunda-feira, 10 de maio de 2010

Disritmia

Não sendo, apenas indo. O sol maltrata meus olhos, meu corpo, queima. Queima e ao mesmo tempo agrada. Agrada-me que eu ainda tenha forças para sentir o sol. Força apática, força passiva, uma força força. Decepção, talvez; não, era sonho; agora é sonho real, mas ainda é sonho. Parece brincadeira, mas é sonho. Parece distante o destino, sonho.
Escapa-me.
Fraqueza, força, força, impotência, fraqueza; perdido, já foi o tempo; danos, enganos.
Escapa-me.
Escapam-me a vontade, a ação, a coragem; cadê? Sonho.
Nostalgia, passado e futuro. O presente escapa-me (penso no que vou fazer amanhã, mas o agora me escapa). As chances me escorrem pelas mãos.
O que eu era, o que eu sou, quem quero ser? Não sei do que gosto (do que quero gostar?). Nada é certeza, tudo é sonho; sonho incerto.
É deserto dentro de mim e à minha volta, mancha de realidade, borrão, cinza. Muito cinza, pouca nitidez. Sede de querer. Eu quero, quero o quê? Maldita transitividade.
Pessoas com seus cotidianos medíocres; não sabem que eu não as vejo. Eu não as quero.
Nostalgia, passado, faltas, multas, muitas, muito, infinito. Quando? Perdido.
Apenas indo, embalada; no ritmo da vida, não sendo. Disritmia.

Um comentário:

Neura disse...

o melhor texto do blog :D